José Pedro Croft

Descrição do artista: “Sete outdoors de diversos tamanhos surgem lado a lado num pequeno bosque de plátanos, atravessado por um caminho de passagem para peões. A primeira sensação é a de uma intervenção violenta no espaço verde, mas, no outro lado, desenha-se já a promessa do mundo fascinante da imagem publicitária. Porém, a única imagem que nos é dada ver é a nossa reflexão no espelho.”

Pintor e escultor, José Pedro Croft nasceu em 1957, no Porto. Fez o curso de pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. O seu percurso artístico ficou marcado pelo facto de ter trabalhado com o escultor João Cutileiro.

A escultura em pedra marcou a sua obra na década de 80. No primeiro conjunto de esculturas que realizou predominava o baixo-relevo e a modelação. Mais tarde a sua obra evolui no sentido mais geométrico das formas realizadas com grandes blocos de pedra. Este repertório de formas-tipo da arquitectura (colunas, casas, arcos) é tratado através de processos de sobreposição e fragmentação.

Gradualmente vai substituindo o mármore por outros materiais como o gesso, o bronze ou o poliuretano (frequentemente pintado de branco).

Nos anos 90, a sua obra acentua as qualidades intrínsecas da escultura como o peso, a densidade, expressas nas dualidades estabilidade/instabilidade e imobilidade/leveza. Nas esculturas desta fase, evocativas de memórias associadas a funcionalidades anteriores dos objectos que nelas integra (mesas, cadeiras e alguidares), é ainda explorada a relação do volume com o espaço e com a luz.

Em meados da década, a incorporação de espelhos introduz uma nova dimensão pelo jogo de duplicação virtual da forma, à qual muitas vezes é associada a desconstrução formal do objecto. Em paralelo com a escultura, tem realizado alguns trabalhos de gravura, nos quais está presente a mesma preocupação com a definição de formas primordiais.

Realizou diversas exposições individuais e colectivas, desde 1980, e está representado em importantes colecções internacionais.