Como era o Parque das Nações

O Parque das Nações era ocupado por grandes infraestruturas industriais, nomeadamente a refinaria da Petrogal e depósitos de produtos petrolíferos (ex-Sacor e outras companhias, ocupando cerca de 50 ha), o Matadouro Industrial de Lisboa, o Depósito Geral de Material de Guerra, a Estação de Tratamento de Águas Residuais, o Aterro Sanitário e a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETRS) de Beirolas, além de diversas instalações portuárias e atividades afins.

Na zona imediatamente a poente da linha de caminho de ferro, foram-se instalando também pequenas e médias indústrias, de modo pouco ordenado sob o ponto de vista de planeamento urbanístico.

As principais razões explicativas do estado de degradação e poluição atingido no Parque das Nações, antes da intervenção da Parque EXPO - entidade responsável pela realização da Exposição Mundial de 1998 e dos trabalhos necessários para o seu sucesso, deviam-se essencialmente:

• Ao tipo de indústrias e à fase em que foram instaladas, correspondendo a um período no qual eram ainda incipientes as preocupações ambientais e os meios técnicos para as materializar;

• À forma de implantação dessas indústrias, então alheia a critérios de ordenamento;

• À natureza dominial de uma grande percentagem do solo, mantido em situação expectante, mas sem controlo em relação a situações de utilização clandestina, como seja o abandono de lixos e detritos de construção;

• Ao envolvimento da zona industrial portuária pelo tecido urbano, criando uma situação conflitual de interesses, que progressivamente questionaria a vocação estabelecida, face à maior dinâmica do "uso" urbano e à incapacidade de resposta e reconversão dos usos instalados.