Jardins Garcia d'Orta

Na flora dos Açores e Madeira sobressaem os chazeiros oriundos da plantação de Gorreana e outras culturas como a cana-de-açucar e o tabaco, bem como a laurissilva - formação vegetal que cobria extensas áreas dos arquipélagos. Da ilha de Santiago em Cabo Verde destacam-se o dragoeiro, a Phoenix atlantica, uma palmeira endémica desta região, o indigo e o aloé vera.

Para Cabo Verde escolheu-se representar a paisagem "cultivada", feita de retalhos de culturas importantes daquela ilha. Ao contrário dos outros talhões, onde à partida se procurou ilustrar a flora local, aqui conta-se a história das espécies introduzidas, reflexo da importância deste arquipélago como plataforma de aclimatação.

Ali se encontram o feijão-pedra, a cana-de-açúcar, o aloé, a purgueira e o indigo, que já não é cultivado mas que chegou a ter grande importância económica. Outras, talvez de menor importância mas com um papel dominante na paisagem, como a lantana, o tortolho e a acácia americana são aqui igualmente representadas.

Como elementos de grande destaque foram escolhidos o dragoeiro (que também teve importância económica com a extracção do pigmento "sangue-de-drago"e, por isso, é hoje uma espécie rara e protegida) e uma palmeira endémica desta região: a Phoenix atlantica.

Nas herbáceas incluiu-se o feijão e tentou-se representar as encostas rochosas das ilhas vulcânicas, com plantas a pender para o barranco. Parte delas são endémicas, originárias da ilha do fogo.

Ao passar o barranco seco entramos na área do Faial e da Madeira, onde se impõem os muros negros basálticos, atrás dos quais cresce o chá (Camellia sinensis), a cana-de-açucar e o tabaco. Da laurissilva do Faial estão representadas algumas espécies como o Laurus azorica, o pau-branco, o barbusano e o til.

A poente o espaço é limitado por uma sebe viva de Banksia integrifolia L. , originária da Austrália e introduzida nos Açores há mais de um século para agir contra os ventos e abrigar os laranjais. Uma latada de vinha e jasmim remata a saída do talhão.

Fonte: O Livro Verde - Expo 98