Pedro Cabrita Reis
Esta construção tem por base a geometria abstracta de uma rotunda e de um viaduto que passa sobre ela - um círculo e uma secante imperfeita. Na rotunda, uma oliveira centenária sugere-nos a ideia de idade. Os painéis de azulejos a preto e branco simbolizam a claridade comandada pelo princípio de perfeição. As superfícies de betão à vista e a oliveira simbolizam a obscuridade e o princípio da imperfeição.
Pedro Cabrita Reis nasceu em 1959, em Lisboa. Estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. A sua obra pictórica, produzida na década de 80, caracteriza-se pela grande dimensão dos suportes, onde o artista representa objectos do quotidiano, reordenados em ambientes enigmáticos.
Na segunda metade dos anos 80 diversifica as suas formas de expressão, passando da pintura para a escultura e instalação. Acrescenta jogos de luz à diversidade de formas apresentadas e trabalha materiais como o chumbo, o vidro, o espelho, os objectos reutilizados, o ferro e a madeira.
A sua obra reporta a universos temáticos e formais em torno da representação de alguns dos seus símbolos (redes, espirais, labirintos e cruzes), revelando um sentido global de depuração, expresso na austeridade das cores que utiliza predominantemente (negros, terras, óxidos, cinzas, castanhos) e na gestão de efeitos de luz e de brilho. Paralelamente, valoriza também sinais superficiais de degradação e de erosão, como que provocados pelo desgaste do tempo. As suas obras podem assim ser vistas como melancólicas ruínas da era industrial.
As suas instalações revelam qualidades de integração e de transformação espacial, com acentuado efeito plástico.
Expõe desde 1981, com alguma regularidade. Em 2000 foi distinguido com o prémio de artes plásticas atribuído pela Associação Internacional de Críticos de Arte.
Paralelamente ao desenho, pintura, escultura e instalação, a sua actividade inclui trabalhos de cenografia para teatro e intervenções como a decoração do bar lisboeta "Frágil".
Expôs e participou em numerosas exposições internacionais - incluindo a Documenta IX, em 1992, em 2003 - representou Portugal na Bienal de Veneza. Atualmente participa na X Bienal de Lyon, com duas grandes obras. Em Hamburg Kunsthalle apresentou cerca de sessenta esculturas, incluindo pinturas, desenhos e fotografias.