Toponímia

Zona Sul

Avenida Fernando Pessoa

Nascido em Lisboa em 1888, cidade onde morreu em 1935, a seguir a Camões é o poeta português mais universalizado, lido e comentado. Sobre ele e a sua obra existe um abundante acervo bibliográfico.

Largo do Nautilus

Assim se chamava o submarino do capitão Nemo, personagem de 20 000 Léguas Submarinas, obra de Júlio Verne (1869). Apesar de surgir num período em que a navegação submarina suscitava as investigações dos inventores e o interesse do público em geral, precedeu em dez anos o submarino do engenheiro Laubeuf. Produto da época científica, o Nautilus encerrava, no seu museu e na sua biblioteca, os maiores tesouros da Natureza, da Arte e da Literatura Universal.

Largo dos Arautos

O arauto foi um cargo introduzido em Portugal por D. João I, por influência inglesa. Responsáveis pelas missões públicas e secretas entre os soberanos, eram eles que declaravam a paz e a guerra nas cortes estrangeiras.

Passeio da Nau Catrineta

Romance quinhentista, em verso, característico da tradição portuguesa, a Nau Catrineta é um exemplo da poesia popular e da alma nacional. Incluído por Garrett no seu Romanceiro, está relacionado com a história Trágico-Marítima, não sendo fácil de discernir onde começa a lenda e onde termina a narrativa histórica.

«Lá vai a nau Catrineta
Que tem muito que contar!
Ouvide, agora, senhores
Uma história de pasmar.
Passava de ano e dia
Que iam na volta do mar,
Já não tinham de comer,
Já não tinham que manjar.

Deitaram sola de molho
Para o outro dia jantar;
Mas a sola era tão rija,
Que não a puderam tragar.
Deitaram sorte à ventura
Qual se havia de matar;
Logo foi cair a sorte
No capitão general [...]».

Romanceiro, de Almeida Garrett, 1843.

Passeio de Neptuno

Neptuno é filho de Saturno e da Terra, protector dos pescadores, navegadores e marinheiros. Senhor do mar, em cujas profundezas tinha um palácio fabuloso, a ele deve o homem o primeiro cavalo. Comandando a Tempestade e a Bonança criava os ventos e as mares agitando as calmarias com o seu tridente. Desde a Antiguidade foi o deus dos povos marítimos.

Passeio de Ulisses

Ao herói grego Odysseus, o herói do poema Odisseia, chamaram os romanos Ulisses. Lendário fundador de Lisboa, onde terá chegado durante as suas deambulações após o cerco de Tróia. Uma vez atingido o extremo ocidental do continente europeu terá entrado pela boca do Tejo e aí fundado uma cidade, que recebeu o nome de Ulisseia.

Passeio do Adamastor

Figura mitológica, um dos gigantes filhos da Terra que fizeram guerra a Júpiter e acabaram sepultados sob vários montes e promontórios. A ele coube o cabo depois chamado de Boas Esperança, personificado como cabo das Tormentas por Camões num episódio de engrandecimento épico dos portugueses, em Os Lusíadas. Mostra o desperdício de vidas e bens que as empresas do Oriente custaram. Adamastor é retratado como uma figura:

‹‹de disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos››.

Os Lusíadas, V, 39.

Passeio dos Argonautas

Os argonautas foram aventureiros da Argos, nau que simboliza as navegações temerárias. Segundo a mitologia grega, teria sido o primeiro barco que houve no mundo e foi nele que Jasão e os seus companheiros de aventura se dirigiram a Colchos para roubar o velo de ouro.

Rua Corsário das Ilhas

Título de uma obra de Vitorino Nemésio (1901-1978), publicada em 1956. Crónica de viagens ou recolha de crónicas, esta obra resultou de duas viagens aos Açores, terra natal do autor que, enquanto descobridor de terras e gentes, nos dá conta de curiosidades e informações variadas.

Rua das Musas

As musas são seres imaginários, divindades da inspiração poética e musical no panteão dos antigos gregos, passando depois à mitologia romana. Estas deusas alegóricas habitavam no Olimpo tendo Apolo como seu corifeu.

«Aqueles sós direi que aventuraram
Por seu Deus, por seu Rei, a amada vida,
Onde, perdendo-a, em fama a dilataram,
Tão bem de suas obras merecida
Apolo e as musas, que me acompanharam,
Me dobrarão a fúria concedida,
Enquanto eu tomo alento, descansado,
Por tornar ao trabalho, mais folgado.»

Os Lusíadas, VII, 87

Rua do Adeus Português

Título de um poema de Alexandre O'Neill (1924-1986)

‹‹ [ ... ] Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte [ ... ]››.

Rua do Fogo de Santelmo

O fogo de Santelmo é uma espécie de chama azulada que se observa no alto dos mastros dos navios, em especial por ocasião de temporal, devido à electricidade atmosférica. Para os marinheiros é prenúncio de calmaria. Entre as gentes do mar, S. Pedro Gonçalves Telmo, ou São Telmo - o Corpo Santo -, sempre foi o santo mais invocado nos momentos de aflição.

Rua dos Aventureiros

Topónimo existente na zona de Alfama no período almorávida, anterior à conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, em 1147. Tratava-se de uma alusão aos piratas que durante anos acometeram contra as costas galegas, liderados possivelmente por Kaxcax. Quem nos transmite tal informação é Edrici, autor muçulmano do século XII que, entre as suas viagens, registou informações preciosas sobre a Lisboa do seu tempo.

Rua dos Cruzados

Os cruzados estão associados directamente a um acontecimento capital da história de Lisboa. Só com a sua ajuda - integrada na II Cruzada - foi possível a D. Afonso Henriques a conquista da cidade aos muçulmanos, em 1147. Tal êxito foi registado pelo cruzado R., inglês que participou no feito e que constitui a sua principal fonte histórica.

«A norte do rio está a cidade de Lisboa, no alto dum
monte arredondado e cujas muralhas, descendo a
lanços, chegam até à margem do Tejo, dela separado
apenas pelo muro. Ao tempo que a ela chegámos, era
o mais opulento centro comercial de toda a África e
de uma grande parte da Europa. Está edificada sobre o
monte Artabro, que se prolonga até ao mar de Cadiz.
Separa do mundo o céu, as terras e os mares, por isso
que ali acaba o litoral de Espanha, e em volta dela
começa o oceano da Gália, e o limite setentrional,
terminando ali o oceano Atlântico e o Ocidente».

Carta do cruzado R., a Osberno, escrita por ocasião da tomada de Lisboa, em 1147.

Rua Finisterra

Título de uma obra do poeta e romancista Carlos de Oliveira (1921-1981), publicada em 1978.

Rua Gaivotas em Terra

Título de um romance de David Mourão Ferreira (1927-1996) que, sob a forma de quatro novelas, constituiu a sua estreia no domínio da ficção narrativa. Nesta obra Lisboa é representada de formas diferenciadas, desde os inícios dos anos 30 até finais dos anos 50.

Rua Jangada de Pedra

Título de um romance de José Saramago, publicado em 1986. Prémio Nobel da Literatura em 1998, o autor ficciona uma hipótese fantástica e futura em que a península Ibérica se desloca do continente errando pelo Atlântico.

Rua Mário Botas

Médico e pintor, Mário Botas (1952-1983) distinguiu-se na actividade artística. Dirigiu a peça O Marinheiro, de Fernando Pessoa.

Rua Menina do Mar

Título de uma obra da escritora Sophia de Mello Breyner Andersen, publicada em 1958. Autora com uma vasta produção literária, com destaque para a poesia, contos e ensaios. Na sua obra o mar é um tema recorrente.

Rua Nova dos Mercadores

Com a instalação do rei D. Manuel na Ribeira a zona da Baixa Ribeirinha de Lisboa tornou-se o novo pólo de vida citadina, a nível político, económico e social. Aí junto, correndo paralela ao Tejo, nasceu a Rua Nova dos Mercadores, que durante muito tempo constituiria o grande centro comercial da cidade.

Rua Pedro e Inês

Esta rua invoca o romance de D.Pedro e D.Inês de Castro, um dos grandes dramas amorosos do imaginário português, cantado por vários poetas, como Camões e António Ferreira.

Rua Sinais de Fogo

Título de uma obra de Jorge de Sena (1919-1978), publicada em 1979. Romance com um carácter autobiográfico, trata-se do primeiro volume inacabado do ciclo romanesco Monte Cativo.

Zona Centro

Avenida D. João II

Assumindo um papel preponderante na orientação dos Descobrimentos portugueses, com um sentido moderno da política e da história, D.João II afirmou o poder real através de uma política de centralização, restaurando o prestígio da lei e das instituições. "Pola ley e pola grey" foi a divisa do Príncipe Perfeito, cognome deste monarca (1481-1495), responsável pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494.

Avenida da Boa Esperança

Situado no extremo sul do continente africano, este cabo foi inicialmente conhecido por Tormentoso ou Cabo das Tormentas, devido às dificuldades sofridas por Bartolomeu Dias ao dobrá-lo. Mais tarde, simbolicamente D.João II trocou-lhe o nome para cabo da Boa Esperança. A sua notoriedade deve-se a Camões, que o personificou na figura do gigante Adamastor.

Esplanada D.Carlos I

Penúltimo monarca português (1863-1908), começou o seu reinado no ano de 1889. Príncipe artista e dado às ciências, foi pintor e investigador internacionalmente reconhecido, notabilizando-se pelos seus trabalhos oceanográficos realizados a bordo do iate Amélia.

Jardins Garcia de Orta

Garcia de Orta (1481-1495) foi uma das grandes figuras do Renascimento Português. Humanista, médico e botânico viveu na Índia durante quase 30 anos, tendo escrito Colóquios dos Simples e Drogas e Causas Medicinais da Índia, que constitui o primeiro registo Ocidental de plantas orientais.

Largo Bartolomeu Dias

Navegador português da segunda metade do século XV (?-1500). Capitão da Armada que em 1488 atingiu o extremo meridional de África, ultrapassando pela 1ª vez o cabo da Boa Esperança e possibilitando o futuro acesso ao Índico.

Largo Diogo Cão

Navegador português quatrocentista, cavaleiro da casa do Infante D. Henrique. Realizou duas viagens de descobrimento à costa de África (1482 e 1484), atingindo a foz do Zaire, a ilha de Luanda e o porto de Benguela. Assinalou as regiões descobertas com padrões em pedra em substituição das habituais cruzes de madeira. A experiência das suas viagens transmitiu o ensinamento conveniente para atingir o Sul de África, navegando pelo largo, como viria a fazer Vasco da Gama.

Passeio das Tágides

As Tágides são as ninfas do Tejo (Tagus), cantadas e exaltadas por Camões em Os Lusíadas:

«E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mim um novo engenho ardente,
Se sempre, em verso humilde, celebrado
Foi de mi vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloco e corrente,
Por que de vossas águas Febo ordene
Que não tenham enveja às de Hipocrene».

Os Lusíadas, I, 4.

Praça do Venturoso

Cognome de D. Manuel I, devido ao seu ditoso reinado (1495-1521) marcado pelos feitos da chegada de Vasco da Gama à Índia e do descobrimento do Brasil, que constituíram um marco na expansão ultramarina e um ponto de viragem na História de Portugal.

Rotunda dos Vice-Reis

O vice-rei era o representante único e directo do poder real em domínios ou territórios dotados de grande autonomia, fruto da distância em que se encontravam do Reino. Em Portugal, o título surgiu em 1504, com a nomeação de D.Francisco de Almeida para vice-rei da Índia.

Rua do Bojador

Cabo situado na costa noroeste africana, que constituiu, até 1434, o limite da terra africana conhecida, foi dobrado pela 1ª vez por Gil Eanes, navegador ao serviço do Infante D. Henrique. A grande conquista geográfica do feito residiu na descoberta da rota indirecta, em arco, que permitia o regresso dos navegantes a Portugal. Foi assim chamado pelos navegadores portugueses quatrocentistas por "bojar muito".

Zona Norte

Avenida da Peregrinação

Título de uma obra de Fernão Mendes Pinto (1514?-1583), um dos mais apaixonantes escritores do século XVI. Escreveu de memória o relato das suas viagens, só publicadas em 1614, descrevendo as aventuras que viveu ao percorrer as costas e os mares do Oriente, da Arábia ao Japão. Na sua narrativa, onde também se encontra o tom moral e a sátira, descreve os “desaventurados sucessos” porque passou ao longo de vinte e um anos de peregrinação, durante os quais foi feito cativo por treze vezes e vendido por dezasseis.

Passeio do Olimpo

Pátria lendária dos deuses, onde realizavam as suas festas e assembleias.

«Elas (as naus) prometem, vendo os mares largos
de ser no Olimpo estrelas, como a de Argos».

Os Lusíadas, IV, 85

Passeio do Trancão

Rio da Estremadura que nasce nas proximidades da freguesia da Malveira e depois de receber a ribeira de Frielas, a noroeste de Unhos, desagua no Tejo junto a Sacavém. Até há alguns anos atrás era considerado um dos vários afluentes do rio ou ribeira de Sacavém, que nascendo nas proximidades de Lousa toma sucessivamente este nome e os de Loures, Frielas e Sacavém. Trata-se de um dos vários rios ou ribeiras irrigadores da fértil planície de Loures, constituindo durante muito tempo uma via de comunicação de importância económica vital para toda aquela zona.

Passeio dos Fenícios

Povo da Antiguidade, navegador, pescador, comerciante, industrial e inventor do alfabeto. Intermediários entre o Oriente e o Ocidente, tiveram feitorias nas costas da Lusitânia.

Passeio Júlio Verne

Escritor francês (1828-1905) que se destacou pelas suas obras de ficção. Capaz de antever e imaginar várias das mais espantosas conquistas e descobertas da Ciência, foi um criador que percebeu um mundo em transformação pelos paquetes e pelos caminhos-de-ferro. Homem e Máquina, presos a um destino fabuloso, num tempo-charneira entre o presente e o futuro, protagonizam 20 000 Léguas Submarinas, Da Terra à Lua ou A Volta ao Mundo em 80 Dias, entre outras obras de aventuras.

Pátio do Sexante

Instrumento náutico que evoluiu do astrolábio e do quadrante, tendo substituído a balestilha no século XVIII. Juntamente com o cronómetro, constituiu um dos mais úteis instrumentos de navegação marítima para efeitos de observação astronómica, medição angular entre pontos terrestres e de marcas situadas em terra para efeitos telemétricos.

Praça do Mar da Palha

Designação atribuída ao estuário do Tejo que pela sua grande dimensão forma um mar interior entre Santa Iria, na margem norte, e Alcochete, na margem Sul. A sua extensão foi determinante para a formação da grande diversidade de habitates que encerra – salinas, sapais caniçais e lezírias -, quer a nível de vegetação palustre quer a nível avifaunístico.

Praça Gago Coutinho

Geógrafo, investigador e cientista, nasceu em Lisboa em 1869, cidade onde morreu em 1959. De grande importância foram os seus trabalhos geodésicos, topográficos e de delimitação das fronteiras das antigas colónias portuguesas. Tendo-se dedicado à conversão dos processos e instrumentos de navegação marítima à Aeronavegação, em 1922, juntamente com Sacadura Cabral. Empreendeu a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, ligando Lisboa ao Rio de Janeiro, no hidroavião Lusitânia. Além de receber condecorações pelo mundo inteiro, alcançou a patente de Almirante, no seguimento da sua carreira na Marinha de Guerra.

Rua Amundsen

Navegador norueguês, Ronald Amundsen (1872-1928), além de ter explorado o Ártico e descoberto o polo magnético, alcançou o Polo Sul (1911) e navegou ao longo da passagem do Noroeste.

Rua Capitão Cook

Navegador e explorador inglês, James Cook (1728-1779) contribuiu decisivamente para o progresso da Geografia e para a fixação do mapa dos oceanos, colocando os seus conhecimentos náuticos e astronómicos ao serviço de várias viagens científicas de circum-navegação.

Rua Che He

Nome do almirante chinês que navegou pelo Índico alcançando a costa oriental africana e que possivelmente terá navegado no Atlântico Sul, por volta de quatrocentos.

Rua Comandante Cousteau

Oficial de Marinha e oceanógrafo francês, Jacques-Yves Cousteau (1910-1997) foi um dos pioneiros do desenvolvimento dos habitates submarinos, estações científicas onde os mergulhadores permaneciam durante semanas para explorar os fundos oceânicos. Inseparável do seu navio Calypso, no intuito de facilitar a exploração e investigação da biologia submarina, inventou o escafandro autónomo e uma câmara especial para filmar debaixo de água, o que lhe permitiu realizar muitas películas submarinas e séries para a televisão. Em 1956 foi nomeado director do Museu Oceanográfico do Mónaco.

Rua da Balestilha

Instrumento náutico antigo, que se generalizou em meados do século XV, para calcular a altura dos astros (hora e latitude). Também conhecido por "raio astronómico", "báculo" ou "vara de Jacó", foi substituído pelo sexante e pelo oitante.

Rua de Moscavide

Este topónimo tem origem na antiga Quinta de Moscavide, propriedade que se situava na freguesia de Nossa Senhora dos Olivais. A proveniência da designação Moscavide aponta para o nome de uma família de origem judaica, já referenciada em Évora no século XVI, os Busca Vida ou “Busqua Vida”.

Rua do Príncipe do Mónaco (Alberto I)

As várias campanhas científicas nos mares de todo o mundo e os diversos estudos oceanográficos do príncipe Alberto (1889-1922) culminaram na criação do Museu Oceanográfico (1910) no Mónaco, e do Instituto Oceanográfico (1911), em Paris. Os laços históricos de amizade que ligam Mónaco a Portugal são indissociáveis das grandes expedições oceanográficas empreendidas no princípio do século XX pelo príncipe do Mónaco e D. Carlos I, rei de Portugal, sendo importante o seu contributo nas áreas da oceanografia e da defesa do meio ambiente marinho.

Rua do Professor Piccard

Físico e explorador suíço, August Piccard (1884-1962) foi pioneiro dos voos na estratosfera que vieram a possibilitar a conquista do espaço pelo Homem. Os seus préstimos à Ciência estenderam-se ao estudo das profundezas oceânicas, para o que concebeu um engenho de mergulho, o batíscafo, que podia imergir e ascender à superfície sem o recurso a cabos. Em 1953, no seu Trieste, mergulhou a 3150 m de profundidade, notável proeza para a época.

Rua Ilha dos Amores

Símbolo da glória que permeia os grandes feitos, a Ilha dos Amores foi ficcionada por Camões, n´Os Lusíadas, para exaltar as façanhas lusas. Ali, Vénus recebeu os descobridores da Índia, seus protegidos, para descansarem e serem recompensados pela sua grandiosa empresa.

«Ali, com mil refrescos e manjares,
Com vinhos odoríferos e rosas,
Em cristalinos paços singulares,
Fermosos leitos, e elas mais fermosas;
Enfim, com mil deleites não vulgares,
Os esperem as Ninfas amorosas,
De amor feridas, pêra lhe entregarem
Quanto delas os olhos cobiçarem».

Os Lusíadas, IX, 41

Travessa Corto Maltese

Personagem mítica da Banda Desenhada caracterizada pela sua grande densidade ideológica. Corto Maltese foi criado pelo desenhador italiano Hugo Pratt (1927-1995), cuja obra de referência é A Balada do Mar Salgado.

Travessa do Gil

Sendo o primeiro a ultrapassar o Cabo Bojador, em 1434, o navegador Gil Eanes, escudeiro do infante D.Henrique, deixou o seu nome para sempre ligado à história da expansão portuguesa.

Travessa Guliver

Protagonista da obra de Jonathan Swif (1667-1745), Viagens de Gulliver, publicada em 1726. Médico de navio e experimentado navegador, narra as suas viagens e aventuras à volta do globo. Além de possuir uma vontade insaciável de conhecer países estrangeiros, era um observador atento dos costumes dos povos e das suas línguas. Dos portugueses, após dezanove dias em Lisboa, aprecia a sua cortesia, amabilidade, honestidade e humanidade.

Travessa Robinson Crusoé

Título da obra literária de Daniel Defoe, político e escritor inglês (1661-1731), escrita em 1718. Retrata o desenvolvimento do carácter do indivíduo através da figura do herói solitário que deve tudo ao seu próprio esforço. Protagonista da novela de seu nome, Robinson Crusoé simboliza o espírito prático e positivo, alheado de sentimentalismo e poesia, com plena confiança na força do Homem e no seu vitorioso destino sobre a Natureza.

Travessa Sandokan

Personagem de ficção criado por Emílio Salgari (1862-1911), o escritor italiano mais popular da sua geração. As Aventuras de Sandokan, o Tigre da Malásia, estão recheadas de peripécias caracterizadas pela rapidez de acção e sempre envoltas em exotismos ricos de colorido.

Travessa Sindbad, o Marinheiro

Protagonista de um relato de viagens intitulado com o seu nome, composto em árabe e incluído em As Mil e Uma Noites, grande colecção de narrativas árabes anterior ao século XII e de autoria desconhecida. São contos fantásticos que narram as viagens marítimas e as peripécias de Sindbad, o jovem marinheiro de Bagdade. Impelido pela ânsia de riqueza e de aventura embarca para uma série de viagens extraordinárias pelos mares do Índico e Extremo Oriente, enfrentado os perigos sobrenaturais com temeridade e engenho. Além das muitas alusões a costumes de vários povos, a especiarias e a produtos tropicais, representa as experiências dos navegantes e mercadores muçulmanos no Índico, durante a Alta Idade Média.

IN Toponímia - Guia do PDN de José Sarmento de Matos e Jorge Ferreira Paulo